terça-feira, fevereiro 12

De que me vale o mundo inteiro se não posso tocá-lo?


  
  De ano retrasado para o ano passado resolvi fazer uma lista de metas a cumprir, e deu certo. Por isso, resolvi repetir a dose este ano. Fiz uma lista com muito mais metas a cumprir, diferentes das anteriores e com a mesma determinação de antes.
  Entre estas metas existem três que, por obra do destino talvez, são as primeiras que estou a cumprir e, por coincidência, se complementam: “Ler mais”, “Escrever mais” e “Mudar meu jeito de ver a vida”.
  Em um mês e meio no ano já devo ter lido uns oito livros. Alguns estão pela metade e outros de tão bons e cativantes, terminei de ler em um dia. Ler livros me inspira a escrever e muda o meu jeito de ver a vida.
  Fiquei quase um mês sem escrever uma palavra, tinha uma espécie de bloqueio, sei lá. Eu tinha vontade de escrever, só não queria fazê-lo da mesma maneira que fazia até o fim do ano passado. Era uma literatura mórbida, estranha e repleta de códigos e metáforas. Eu não quero mais ser assim. Assumo a primeira pessoa e mudo meu modo de escrita como forma de me mostrar e me aceitar. Eu preciso me aceitar para que as pessoas também me aceitem.
  Ontem li o livro “O diário de Anne Frank” para entender a razão de tanto sucesso e porque as pessoas o gostam tanto. E a coisa mais importante que vi foi a beleza que a vida pode ter mesmo em tempos difíceis. Por que não posso ser eu uma Anne? Ela passava por coisas muito mais complicadas que eu, tinha muito menos idade que eu e simplesmente continuava. Por que não posso eu seguir também?
  Ler livros muda o meu jeito de ver a vida. Não vejo mais o mundo preto, branco e cinza, permiti que mais cores penetrassem no meu universo, me permiti gostar do céu azul claro e começo a aceitar o arco-íris. De que me custa ser feliz? Não é pecado.
  Não posso deixar que a tristeza, a solidão e minha insignificância modifiquem a minha vida.  Posso ser importante somente para mim e acho que isso basta, não? O resto vem com o tempo... E se não vier, não tem problema. Aceito a mim e ao meu destino do jeito que deve ser.  Preciso fazê-lo para me modificar.
  Mudanças são necessárias. Não posso me acomodar a meu conformismo de aceitar o que as pessoas querem para mim, eu tenho de querer. Eu quero estudar sem largar a minha arte, eu quero ser a minha arte, e quem sabe não viver da minha arte. E se quero, eu posso ter, eu hei de ter. Em um dos livros que li nesse meio tempo, o autor diz que quando você deseja muito algo, você o terá; que mais cedo ou mais tarde seu desejo mais íntimo se torna real.
  Eu sou real. Minha vida, minha existência, minhas dores... tudo que escrevo é real.  E se isso faz de mim um ser humano, se isso me faz ter desejos, quer dizer que estes também hão de tornar-se reais um dia. Modifico-me hoje para esperar este dia. O dia que deixarei de ser um tanto faz na vida das pessoas, o dia em que o mundo notará a minha existência e eu hei de poder tocá-lo com estas mãos que agora digitam e transferem meu coração para o papel.
  Eu não nasci artista à toa, eu sei.

Aurora Boreal


"Uma pessoa pode sentir-se só, mesmo no meio de muita gente amiga, se souber que não ocupa um lugar muito especial no coração de alguém." (O diário de Anne Frank)

8 comentários:

Samyle S. disse...

Nossa, amei o texto! O Diário de Anne Frank também mexeu muito comigo e me fez pensar no que faço em relação ao mundo, o que vou deixar quando partir...

Luzia Medeiros disse...

Ótimas metas! Ler, escrever são coisas que abrandam o coração. Seguindo!

Beijos.

http://luzia-medeiros.blogspot.com.br/

Daniela Gomes disse...

Eu também tive que ler este livro pra entender o "porque" do sucesso confesso que ele não esta na minha TOP lista não.
Tem um nesse estilo contato por uma menina esquici o nome. Vou voltar aqui depois e deixar pra você como indicação :P:P:P:P
BJs
Dani | www.avidaemletras.com

Vitória disse...

Que texto maravilhoso, Aurora. Concordo muito contigo: você tem que se aceitar, se abrir e colocar todos os teus sentimentos pra fora, e então você verá que pode tocar o mundo, sim (acho que todos tem que procurar ver o mundo de uma forma parecida) :) Adorei, demais.
Beijos,
http://menina-do-sol.blogspot.com.br/

Emy disse...

Eu ainda não li O Diario de Anne Frank, mas pretendo ler esse ano, e a frase que você deixou no final, eu já tinha visto, mas ela é linda e explica bem porque nos sentimos só as vezes. E acho que a melhor coisa que eu poderia dizer é que você continue pensando assim, porque esse é um dos melhores jeitos para ser feliz, na minha opinião.
my-history-restarted-again.blogspot.com

Anônimo disse...

acho que o que vce disse está super certo!
Se conheça para então, conhecer e apreciar o mundo lá fora!

Amanda Souza disse...

Adorei o texto, Aurora. Acho que está tão limpo, tão cru, simples e sincero. Escrever e ler são coisas que eu adoro fazer, não apenas por hobby, mas por trazer outra visão do mundo, uma visão mais ampla. Coisa linda!
Beijinhos

Hipérboles
@hiperbolismos

Pâmela Rodrigues disse...

Aurora, se você quer e visualiza já conseguiu. Pode parecer loucura, mas pe verdade. Não deixe que os sentimentos ruins te dominem, medite, limpe os bloqueios de sua mente e seu coração com a meditação e conseguirá.

Beijos
Pâmela Rodrigues
Blog: Liste & Realize
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Antes de mais nada quero agradecer por me visitar, e por ler.
Eu realmente espero que tenha lido, gostado e se encontrado em alguma linha ou em alguma palavra. E se isso aconteceu ficarei muito feliz se você contar pra mim. Conta?! (:
Obrigada mais uma vez e volte sempre!
Beijos, Aurora.